sábado, 8 de agosto de 2009

O consumismo na sociedade moderna

O dia dos pais se aproxima. E como toda grande data comemorativa, também chegam as infinitas propagandas, comerciais e afins. Cada loja faz um anúncio de seu produto como “aquilo que seu pai precisa”, “demonstre seu amor, dê tal coisa para seu paizão”. Da mesma forma no dia dos namorados, mães, crianças, etc.
O consumismo sem medidas invadiu a população. O ser humano de hoje precisa de compras, dinheiro e de gastar para se satisfazer. A mídia implanta na sociedade a idéia de que o que você precisa para se alegrar, alegrar sua mãe, seu pai ou seu filho criança está ali, dentro das quatro paredes de uma loja.
Voltemos um pouco na história do dinheiro, das compras. Muitos anos atrás, se uma pessoa precisasse de uma panela, por exemplo, para cozinhar seu almoço ela iria atrás de alguém que a tivesse. Chegaria lá e conversaria com a pessoa. Terminada a conversa, o sujeito que precisava da panela a recebe e dá algo para o outro, alguma coisa que este estivesse precisando também. E estava estabelecido o que chamamos hoje de escambo.
Contudo, os anos foram se passando e as pessoas foram vendo que muitas vezes era complicado realizar tal procedimento. Você me entrega sua panela em troca de uma colher. Mas uma panela vale muito mais que uma colher não vale? Tem muito mais utilidades. Então que tal trocar por três colheres? Ah, mas aí já é muita coisa. Vou ficar sem colheres.
Enfim, essas e outras complicações fizeram com que as pessoas bolassem um método de padronizar o valor das coisas. Agora era muito mais fácil. As coisas tinham um valor padrão. Não precisava mais de trocar algo que você não precisa tanto por algo que você realmente precisa. Agora você pode simplesmente adquirir aquilo que deseja e ponto final. Menos conversa, menos combinações e acordos. Agora é tudo mais fácil. Dinheiro na mão, compre o que desejar.
Voltemos para os dias atuais então. Determinado os "dias especiais" do ano, as redes de comunicação não se calam quando um deles se aproxima. Todas as propagandas são feitas a fim de persuadir o seu público-alvo a adquirir seu produto ou aderir uma campanha. Nas datas comemorativas, as propagandas tem uma única e simples missão: utilizando-se e tocando o sentimentalismo das pessoas, fazê-las comprar coisas para demonstrar o seu amor.
Entretando, como pode um item de consumo geral da população, um produto de outras mãos, demonstrar algo tão grande e tão único que é o amor?
De fato, ganhar um presente é algo que alegra qualquer pessoa. Não há quem não goste de ganhar uma lembrançinha de uma pessoa querida. É sempre bom ganhar coisas. Claro. Eu mesma adoro. Mas toda essa manipulação da mídia faz com que as pessoas se sintam na obrigação de comprar um presente para sua mãe no dia das mães, ou para seu filho no dia das crianças. Por que, numa data determinada por gente que nem fazemos idéia, comemoramos a vida de uma camada de pessoas e você tem que dar um presente para ela? Não seria isso permanecer inertes ao que a mídia impõe? Já que as tais "datas especiais" já estão implantadas no calendário por que não aproveitá-las para passar o dia com a pessoa festejada, passar momentos especiais com ela? E isso sem se sentir na necessidade de comprar algo para dar de presente.
Mais uma vez não digo que dar presentes é errado. Claro que não. Um aniversário ou datas especiais podem ser uma boa oportunidade para dar às pessoas alguma coisa que ela esteja desejando, ou algo que julgue necessário a ela. Mas quantas vezes as pessoas não saem andando na rua, vagando pelos corredores dos shopping centers à proucura de alguma coisa pra dar na data comemorativa. O que ela proucura? Não sabe, mas proucura. Ela precisa comprar para deixar claro pra sí mesma e para o outro o seu amor. Dessa forma, surpreendentemente, mesmo com o passar dos anos o escambo prevalece: e agora trocam dinheiro por satisfação.

Um comentário:

  1. Muito bom Rebeca. Aproveito para acrescentar algo que a "nossa" sociedade vêm fazendo também, que é acreditar que só o que é caro é bom ou tem valor. Na verdade só o fato de ganhar alguma coisa de alguém já deveria deixar qualquer pessoa feliz, não é mesmo? Então vamos tentar lembrar que da próxima vez que ganharmos algum presente não importa a marca ou quanto custou, vamos lembrar que a pessoa que nos presenteou lembrou de nós e deu parte de seu tempo para tal. Valorizar as pequenas coisas, vale muito! Beijão, Di.

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